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Banhado a ouro

A mãe tem a hora de ouro com o bebê. O Gugu nasceu tarde da noite e foi logo para o peito da mãe, ostentado como uma joia. Depois, ele foi vestido, o peguei no colo, mas… Logo dormimos! Pela manhã, bem cedinho, quando a enfermeira chegou para dar o banho, já fui logo me prontificando. Ia ser o meu primeiro momento de conexão forte com o meu filho. Dentre tantos outros que já tivemos, o banho sempre foi um dos principais.

Já tinha estudado técnicas, assistido vídeos e combinado com minha esposa. Lá estava eu, prontinho para o primeiro banho daquele pacotinho molenga recém-nascido. E com um sorriso amarelo, eu disse: “deixa que eu faço e me avise se eu estiver fazendo alguma coisa errada”. Correu tudo bem, graças a Deus! Rsrs…

Eu queria participar de tudo. Foi assim durante a minha licença paternidade: trocas de fraldas, cura do umbigo [link], cuidados com a minha esposa e a casa… Só não dei leite, porque não tinha! E, sempre que possível, mesmo trabalhando e viajando tanto, eu dava muitos banhos no Gu. Os matinais, por praticidade, eram na banheira (comigo, com a mãe ou quem quer que fosse). Mas, ainda grávidos, eu já idealizava meus banhos noturnos com ele abraçado, pele a pele, para que a conexão fosse ainda mais forte entre nós. Porém, um amigo tinha me contado a história de um outro pai que costumava tomar o banho em pé com o bebê e acabou com a vida e o casamento. Deixou seu tesouro escorrer por entre os dedos! Muito triste!

Mas eu não iria desistir do meu sonho dourado. Já tinha analisado riscos e possibilidades, e dito à minha esposa que se eu tomasse banho sentado, de pernas cruzadas (como na ioga), não tinha por onde o bebê escapar. Mesmo assim ela não me deixou dar banho de colo, só na banheira, por pelo menos um mês. Mas fui persistente, consegui convencê-la, e combinamos que ao final do banho ela iria pegar ele comigo, sem que eu precisasse me levantar (para não correr risco de desequilibrar). E assim, finalmente, começamos a fazer os banhos noturnos do jeitinho que eu queria. Era mágico! Havia todo um ritual para baixar a energia e as luzes da casa, deixar a água numa temperatura agradável e pronto. Nossos sorrisos brilhavam mais que ouro e dali era direto pra cama!

Depois de um tempo otimizei o processo, fui ganhando confiança e aprimorando a técnica. Comprei um banquinho (bem baixinho e resistente) e parei de me sentar no chão frio. E veio então o período das diarreias do bebê, daquelas que sujavam de amarelo ouro até a nuca! Não tinha outro jeito. Era tirar a roupa e entrar na ducha de pé mesmo, segurando bem as costas (tanto que ele ficava até vermelho pela firmeza com que eu o segurava) e com a outra mão esfregando bumbum, costas, barriga e pernas – dele e as minhas – até ficar tudo limpinho de novo. Mas não tinha nem como ter nojo, com aquele sorriso solar cegando meus olhos.

Ele cresceu adorando tomar banho. A banheira voltou a ser muito usada, cheia de brinquedos, para tornar os momentos ainda mais divertidos. Hoje em dia, às vezes até se despe todo e já vai entrando sozinho no banheiro, se a rotina atrasa por algum motivo. De vez em quando, ainda tomamos nossos banhos de colo, com ele recostado no meu ombro. Nosso momento de ouro!

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Pai Alfa
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