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O vírus do reboot

Nós somos como computadores. Nosso cérebro processa milhares de informações ao mesmo tempo. Somos um monte de bits – não de “zeros” e “uns”, mas – de “A, T, C, G” que formam nosso código (genético) interno e nossa capacidade de desenvolver, evoluir e criar conexões, sendo influenciados e influenciando o ambiente a nossa volta.

Iniciamos a BIOS, com o HD vazio, explorers ávidos por aprender e evoluir e à medida que vamos nos desenvolvendo durante a infância, novos programas e aplicações vão sendo instalados em nosso grande processador cerebral com capacidade de processamento exponencialmente absurda e de upgrades constantes.

Porém, a nossa inteligência é artificial, pois advém das experiências “criadas pelos Homens” (adultos) que nos cercam com seus conceitos sociais pré-estabelecidos. E aí vamos achando que já atingimos o limite de dados, que já aprendemos tudo, porém, vamos ficando carregados de dados inúteis, de lixo eletrônico. Mas ao mesmo tempo sentimos um vazio de novas conexões e upgrades e então tentamos compensar com novos acessórios e aplicativos que vão sendo instalados, sem updates, e só sobrecarregam o sistema.

A humanidade ao invés de usar a grande rede de conexões para compartilhar suas individualidades e criatividade e continuar se desenvolvendo, vai vivendo cada vez mais conforme uma programação coletiva errática, cheia de arquivos de importância apenas temporária e somente leitura. Nada executável coletivamente e de logo prazo. Fomos mostrando uma interface egoísta, cada vez mais pessoal e compacta, no próprio bolso. E por medo, julgamos todo o resto como cavalos de tróia, e começamos a nos proteger cada um em uma VPN individual, atrás de firewalls, até nos isolarmos e nos tornarmos um servidor sem rede.

Boa parte do mundo não percebeu que estava vivendo um grande bug do milênio, até surgir um vírus ameaçador, sem antivírus capaz de contê-lo, e que começou a se instalar globalmente e infectar a todos. Ele se propaga nas nuvens, ao atravessarmos nosso gateway com o IP aberto, sem máscara adequada. E não dá para se salvar numa Dropbox, pois dependemos uns dos outros, em sites locais ou “world wide” para continuarmos nos alimentando. Então a única forma de (sobre)vivermos é garantir que estamos livres dos nossos próprios malwares, nos desfragmentar, reformatar, curar as memórias da RAM e limpar a lixeira da alma. E aí sim fazer um reboot para nos reconectarmos à grande placa-mãe que rege o mundo.

Que ao final disso tudo, o máximo possível de nós possa permanecer on-line nessa vida. E aos que sobreviverem, aproveitem para entender que podemos ser uma grande rede de mainframes, conectados de forma positiva e colaborativa, roteando em alta frequência e promovendo o delivery de muito amor próprio e ao próximo.

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Pai Alfa
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