O pior crime é roubar
“Não roubarás” está entre os últimos mandamentos (na sexta até oitava posição, dependendo da fonte, então na média, a 7ª), e nem está entre os 7 pecados capitais. Mas ao meu ver, na verdade todos os nossos pecados (nas relações intrapessoais – consigo mesmo -, e interpessoais) podem se resumir a isso.
Nos primórdios (me refiro tanto à pré-história, quanto aos bebês) éramos todos puros. Mas, algum tempo depois do 7º dia, cometemos o pecado original ao roubar uma maçã no pé. E daí em diante, a convivência em grupos nos fez aceitar nosso lado mais sombrio. Vieram então as regras de convivência para prevenir problemas. Uma das mais antigas delas são os dez mandamentos do cristianismo (apesar de o menino Jesus ainda nem ter nascido na época), e que também é muito relacionado a de outras religiões monoteístas, e até leis de nações.
Os dez mandamentos poderiam ser traduzidos assim: Não roubar de Deus e dos outros seres vivos o direito ao seu amor e empatia e se devotar a símbolos falsos; não roubar de si um dia, um momento, para fé e reflexão; não roubar a autoridade dos seus superiores (inclusive os pais), não roubar a vida dos demais; não roubar do próximo o que ele conquistou; não roubar o direito à informação correta (um-7-um e Fake News entram aqui). E aí? Reconheceu todos os mandamentos?
Já os 7 pecados capitais estão mais relacionados a nossa própria pessoa principalmente, mas como o indivíduo influencia o meio, isso impacta nos outros também. Orgulho é roubar de si a humildade, inveja é querer roubar algo que não lhe pertence, mas avareza é ir às vias de fato contra os outros. Ira é perder sua própria paciência e a iminência de roubar a integridade e paz dos outros. Luxúria é roubar seu amor próprio e autoestima para substituir por falsas imagens. E gula e preguiça, são roubos da própria saúde física e metal. Tudo se relaciona de algum jeito, né?
Mas o que tudo isso tem a ver com parentalidade (paternidade/maternidade) e educação? É porque além da gente ensinar valores as nossas crianças para que sejam pessoas melhores, e adquiram ao máximo os 7 tipos de inteligência, não podemos roubar deles o bom exemplo e seu potencial de desenvolvimento para que sejam ainda melhores do que nós. E nenhum pai ou educador tem intenção de fazer mal à criança. Porém, de boas intenções o inferno está cheio, e nem me refiro aos criminosos que roubam a inocência e castidade das crianças.
Os pais erram tentando acertar, mas muitas vezes roubam: o direito à qualidade de vida (ou pior, já que não têm 7 vidas), por permitir que sofram acidentes preveníveis, ou por outro lado, à liberdade e o desenvolvimento cognitivo, por superprotegerem. Roubam seu tempo por estarem ausentes – mesmo ao lado – por conta do trabalho ou das mídias sociais, ou por as permitir se expor demais às telas. Roubam seu potencial, ao impor muitas regras baseadas em medo e por limitar a criatividade inata. E o que se faz às crianças hoje, condena também as próximas, sei lá, talvez até 7 gerações.
Não cometa pecados na educação dos seus filhos. Se prepare mental e sentimentalmente e esteja presente para dar para eles o seu melhor, por mais difícil e complexo que seja, pois só assim “não roubarás” seu futuro!
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