10 semelhanças entre a educação de bebês e cachorrinhos (Parte 3)
Não é porque existem tantas semelhanças na criação dos bebês e cachorrinhos que devemos tratá-los igualmente. O amor incondicional vem da empatia e do entendimento de que cada um deve ser amado e respeitado pelo que é, e tratado como merece. Não se pode projetar nossas vontades ou frustrações no outro. O amor deve reinar sempre no lar! Crianças devem ser crianças e pets devem ser animais.
8 – Não exagere nas expectativas
Tem quem que se gaba de o cachorro buscar o chinelo, o jornal, a carne no açougue… Cachorro tem que saber obedecer os comandos: se calar para não incomodar os vizinhos, sentar e deitar ao invés de pular nas visitas, parar imediatamente para não fugir pelo portão, estender a pata para você aparar as unhas, ou seja, o que for útil para educação dele (não para sua comodidade). A não ser que você pretenda fazer dele o próximo Rin-tin-tim ou Lessie. Aí tudo bem ensinar um monte de firulas! Afinal, você queria um cachorro ou um projeto de motoboy?
E não é porque seu pequeno é um prodígio que você deve sacrificar o sossego e identidade dele para expô-lo em um “show de talentos” ou na busca desesperada por likes. Se você conseguiu filmá-lo no momento certo da proeza, ótimo! Porém, não fique forçando a repetir exaustivamente até conseguir o melhor “take”. Por aqui a gente só consegue flagrar depois de dias tentando, e isso quando consegue (parece até de propósito! Na hora que pega o celular e aponta, param tudo o que estava fazendo).
Nesse caso, o Gugu tem saído melhor que a encomenda! A gente não força nada, mas ele aprende tudo tão rápido! Com menos de dois anos ele já conta até 20, identifica números só de olhar, sabe as vogais, as formas geométricas, os nomes das frutas, dos meios de transporte, sabe o nome e imita os sons de diversos animais! Sabe até colocar um “s” na frente das palavras quando tem mais de 1 unidade! Sim ele entendeu o conceito de plural (nem eu acredito nisso até hoje!). Mas não pense que é porque a gente fica insistindo para ele aprender isso ou aquilo, mas simplesmente porque a gente fala tudo com ele. E uma hora ele repete sozinho. Quando me perguntam como ele consegue fazer tudo tão precocemente, digo que é porque a gente narra tudo que está fazendo ou acontecendo. Tipo “olha aqueles cachorros (‘au-au’) dentro do carro preto (‘bi-bi’) ali na rua do lado da árvore com folhas verdes”, e daí ele absorve a informação que quiser. É como se fossem aquelas descrições da internet #paracegover, sabe?! Afinal, aos olhos dos bebês tudo se trata de uma nova “imagem”, e se você não explica detalhadamente o que está diante dele, será sempre “visto” como um borrão ou um completo “breu” de informações.
9 – Eles são sensitivos
Dizem que crianças e cachorros têm sensibilidade para presença de espíritos e tal (gatos então, nem se fale)… Mas, relaxa, não precisa se benzer, que não é a isso que me refiro. Quando alguém boceja do seu lado você sem querer boceja também. A gente é capaz de reagir, mesmo inconscientemente, às pessoas por perto. Com os cães (e outros animais, inclusive abelhas) eles conseguem captar facilmente os “feromônios” que liberamos pelo suor quando estamos com medo, e para se defenderem, eles nos atacam (lembra que citei na semelhança nº 4 que a adrenalina é o hormônio responsável pela luta ou fuga?). A gente exala o medo e stress, assim como exalamos prazer e satisfação!
Quando ainda tínhamos somente o Thor e a Meg percebemos que eles ficavam mais agitados quando eu e a Júlia estávamos em situação de estresse, euforia, medo ou algo do tipo. Eu acho que na verdade o medo do Thor de trovões foi exatamente por que a Júlia se assustava. E, além disso, como havia minha euforia na hora dos jogos de futebol, e cada gol era seguido de fogos de artifício na vizinhança, que acabavam fazendo estrondo similar, ficou difícil controlar o medo do meu “Deus do trovão”. Devia ter dado outro nome! Rsrsrs…
Contudo, acredito que nós (e principalmente os bebês) também temos essa “capacidade de sentir” o ambiente. Quando ia colocar o Gugu na cama, por exemplo, mas estava estressado com algo ou mesmo ansioso para sair do quarto, percebia que ele ficava mais agitado. Daí eu respirava fundo e dava um bom abraço nele, que rapidinho caía no sono. Como de um modo geral somos mais calmos, os dois filhotes, e depois com o bebê, percebemos que todos aprenderam a ser também. Os cãezinhos já são adultos, passam o dia tranquilos e se divertindo juntos. Já o Gugu, é só sorrisos e muita alegria. Acorda de bom humor como ninguém! Então a dica é: cultive no ambiente da sua casa o clima que deseja ter, pois bebês e cachorros são um reflexo desse espelho.
10 – E quem não gosta de carinho?
Esses dias vi uma postagem de um desses influencers de maternidade que dizia que você não deve elogiar seu filho por algum talento nato, tipo “que inteligente”, mas só pelo esforço, porque senão ele fica preguiçoso e só vai focar no que tem domínio e blá, blá, blá. Discordei na alta no meu comentário! Afinal a mesma pessoa diz em outro post que você deve dar colo e abraço no filho o tempo todo porque estimula ocitocina e o desenvolvimento psicológico. Então, colo e abraço a qualquer hora não é mimar (ao contrário do que dizem os mais velhos), mas elogiar é ruim? Mais coerência por favor, puxa vida! Elogiar é uma forma de carinho também. Massageia a alma! E, se alguém aí não gosta, escreve aqui, por favor “#nãogostodeeleogiosincero”.
Até adultos mais frios e envergonhados se rendem a um bom cafuné. Quem dirá os pequenos! Então, se quer agradar e amansar suas ferinhas, nada melhor do que um carinho gostoso e muita atenção. Como bem diz uma música do Mundo Bita (que meu filho adora!), “gentileza gera ternura”. Carinho não tem superdosagem ou contraindicação, então abuse! Mas… Alerta! Alerta! Carinho não é dar e deixar tudo. Isso se chama mimo, permissividade, e é outra coisa completamente diferente. Estou falando sobre dar abraços, beijos, sorrisos, fazer elogios, que inclusive são uma ótima fonte de liberação de bons hormônios que ajudam no desenvolvimento. Então abuse e use, sem moderação!
E sempre se coloque no lugar deles, pense com o coração e haja com empatia. Posso garantir que todos vão se beneficiar disso.
E você consegue identificar alguma outra semelhança entre a criação de pets e bebês que passou batida? Ah! Você que educa um outro tipo de pet, comente aqui em quê seu bichinho também se assemelha.
Um grande abraço,
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