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93% da sua liderança é isenta de palavras

Quem nunca ouviu dizer que apenas 7% da mensagem está nas palavras que saem de sua boca? Se isso já é pouco diante de um colega de trabalho ou cliente, agora imagina diante de um bebê ou filhote de pet que ainda não entende uma palavra sequer do que você diz?

Obviamente, estas proporções variam conforme a situação, porém, segundo o estudo, os elementos auditivos (que vêm da língua e da garganta, sem se importar com as palavras usadas) podem representar 38% da comunicação transmitida e entendida. Uma fala constante e monótona é ótima para fazer os bebês dormirem – e também os participantes de uma reunião ou palestra (rsrs). Mas se esse não é seu objetivo, o ideal é variar o tom, o volume e o ritmo da voz para ganhar a atenção. A comunicação vocal e não verbal é ainda mais fundamental, em ligações telefônicas ou webinars, que têm se tornado ainda mais comuns nestes tempos de pandemia, já que os encontros presenciais estão limitados (ou pelo menos deveriam). Já os outros 55% do que se diz, independem de abrir a boca. São elementos visuais, percebidos por nossos olhos e não pelos ouvidos. Algumas dessas comunicações corporais muitas vezes são observadas e nos fazem reagir, ambas inconscientemente. No caso dos bebês e pets, eles são muito sensíveis e reativos a nossa postura.

Gráfico ilustrativo da proporção dos 3 “V”s da comunicação: Visual, Vocal (não verbais) e Verbal em uma conversa

Os treinadores de cães recomendam uma postura sem palavras, sem estar de frente para o outro e sem contato visual para se aproximar de cães assustados, e assim criar a primeira conexão. Alguns pais acreditam que esta é a melhor forma de reagir à birra de uma criança, pois assim ela se sentiria ignorada e voltaria ao normal. Acredite, há muito tempo eu achava que esta era uma das várias semelhanças na educação dos bebês e cães. Mas com o entendimento da disciplina positiva percebi que devemos fazer exatamente o oposto. E a não ser que queira demonstrar a outra pessoa que quer ignorá-la, melhor não cometer esta gafe postural.

Posturas gerais

Um bom aperto de mãos e um sorriso podem ser sua única chance de mostrar uma boa primeira impressão. E se tiver a oportunidade de uma conversa frente a frente, olho no olho, faça assim de fato. E juntamente com uma postura ereta você estará transmitindo confiança, para quem vê (e para quem fala). Sabia que quem se mantém na posição ereta tem mais chances de acreditar no que ele mesmo diz?

A gesticulação das mãos acompanhando a fala também ajuda a transmitir energia e empolgação, e ajuda inclusive o raciocínio, mas cuidado com exageros. Mantenha-as em harmonia e na altura da cintura ou tronco. Mãos gesticulando acima dos ombros indica descontrole e compromete a credibilidade.

E para saber se tem a atenção da outra pessoa observe se ela faz acenos positivos de cabeça, pois isso é sinal que pode continuar se expressando. Se houver espelhamento (quando as posturas se parecem) é garantia de ter alcançado conexão e empatia. A inclinação lateral de cabeça também é indício de atenção e interesse sincero. E quando você fizer, não exagere. Cães fazem isto, exatamente para demonstrar submissão ao líder.

Assumindo a liderança no trabalho ou com pets

O contato visual mutuo com os cães é fator importantíssimo na comunicação, inclusive na liberação de ocitocina, um hormônio que aumenta a confiança e a conexão emocional. Mas não pense que um cão cego não compreende as coisas e não cria conexão, confiança e amor.

Algumas raças e cães conseguem compreender até 150 palavras, mesma média de uma criança de uns 2 anos e meio. E por isso, para garantir uma boa comunicação com os pets, se valha da voz e do corpo para se fazer entendido. Mantenha uma postura ereta, confiante, voz firme e projetada. Ocupar uma posição de altura elevada e se deslocar pelo espaço reforça sua presença e liderança. Isso vale para assumir as rédeas em casa, ou na condução de palestras e treinamentos ou até diante de uma reunião de equipe.

Treinamento Meg e Thor para fazerem suas necessidades fisiológicas no “cagódromo” (Se quiser ver como foi feito, acesse aqui)

Existem gestos que possuem simbolismo, como um polegar eguido no “joinha”. Na verdade este já se tornou universal com as curtidas nas mídias sociais. Mas você sabia que em países islâmicos e algumas outras regiões isso tem cunho sexual e de mau gosto? O mesmo acontece com o gesto de “OK”, tipicamente visto nos filmes americanos, mas que por aqui no Brasil (e outras localidades como na região do mediterrâneo) pode ser uma ofensa.

Colocar a palma voltada para frente ou para baixo são gestos comuns para controlar a situação/comunicação. Esse inclusive é bem comum no treinamento de cães. Em casa eu uso esses gestos para Meg e Thor pararem diante de mim, e então aceno com o dedo indicador para se sentarem, e uso dois dedos, de forma mais rápida e enérgica para eles se deitarem (para baixo) ou afastarem (para frente). Contudo, cuidado com os gestos e sinais dúbios ou em excesso. E a não ser que esteja dando um comando ao seu pet ou indicando um caminho, evite dedos apontados, principalmente com agressividade, pois denota tentativa de intimidação.

Assumindo uma postura mais empática com o outro

Uma postura ao mesmo nível, tom e voz mais suaves são ideais para demostrar empatia por um colega de trabalho, numa conversa com um cliente, ou para acalmar uma criança (é o que ensina a disciplina positiva) ou seu pet. Corpo relaxado e aberto, virado de frente para o outro, favorece ao ser visto como mais positivo e até ser mais persuasivo. Ao se sentar – ou se abaixar à altura da criança – mantenha as pernas descruzadas, braços afastados do corpo e palmas visíveis para uma postura mais receptiva.

Contato frente a frente, olhos nos olhos, ao mesmo nível

Conquiste o direito de se aproximar. Um toque sutil no braço ao dizer o nome do outro ajudam a criar conexão. Mas se enquanto você fala, o outro inclina-se para trás, isso demostra negatividade e falta de confiança, e pode ser um indício que você está falhando em criar o ambiente adequado. Faça uma pausa. Reflita sobre suas falhas e respire bem fundo algumas vezes para se acalmar e oxigenar o cérebro. A propósito este é um ótimo exercício para fazer crianças se acalmarem antes dos 4 anos (já que elas ainda não conseguem fazer a auto regulação emocional) e, para os adultos, também serve. Inclusive, fazer isso por um a dois minutos na posição de super-herói (mãos na cintura e ombros erguidos) também ajuda a recuperar a confiança. E aí sim, comece de novo, sempre com um sorriso nos olhos.

O mais importante é transmitir uma comunicação verbal e não-verbal em sintonia, qualquer que seja seu interlocutor. Mesmo que use uma postura de mais poder ou mais receptiva, nada de exageros, para não parecer nem um carrasco e nem a vítima.

E como anda a comunicação por aí nestes tempos de pandemia, onde as pessoas mal se vêm, e quando se vêm, mal se escutam por causa da máscara? Comente aí como tem feito para driblar tudo isso ou alguma situação inusitada que viveu.

Um grande abraço,

Pai Alfa.

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Pai Alfa
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