5 princípios para ser um líder de matilha moderno
Nós vivemos em comunidade, assim como diversos animais e, obviamente, cada grupo precisa de um líder. O líder de matilha é responsável pela sobrevivência e condução do grupo. Mas não necessariamente é um único indivíduo, e em nossa sociedade moderna não há espaço para ninguém ser o “dono” do grupo.
Líder Alfa
O conceito do macho alfa ou fêmea alfa foi popularizado nos anos 70. Nessa época, também existia em quase 100% das empresas e famílias a figura do “chefe”, aquele que decidia tudo e todos o deviam obediência e que, assim como a teoria da dominância dos animais, ainda perdura até hoje em muitos ambientes.
Contudo, assim como a teoria de dominância – de que os cachorros agem como lobos selvagens, que existe um único alfa e que ele controla a todos – já foi refutada por estudos mais recentes, se observa também na nossa sociedade humana uma maior propensão a lideranças compartilhadas e por influência, do que puramente hierarquias imutáveis.
Eu também prefiro a corrente ideológica que se baseia no reforço positivo, pois a gente deve premiar os bons feitos de nossos filhos e fazer tudo de forma mais divertida. Mas sem exageros nas recompensas e nas expectativas! Não pretendemos deixar nossos pets gordos de tantos biscoitos, ou deixar as crianças dependentes de presentes – como sempre digo “ausência se compensa com presença e não com presentes”. E nunca podemos nos esquecer que nenhum deles veio ao mundo para satisfazer nossos “comandos”.
Os passos do líder assertivo
Essa postagem bebe diretamente da fonte de inspiração do encantador de cães Cesar Millan, assim como a inspiração inicial que culminou nesse Blog. Alguns até questionam o método dele por ter elementos do mito da dominância, como o “toque”, que simula o “sossega aí” que a cadela dá nos filhotes, pois às vezes um líder precisa agir de forma enérgica em situações – ou para prevenir tendências – de comportamento perigoso.
Obviamente, não acordo às 6h45 da matina para caminhar, depois disciplinar meus três filhos e depois dar carinho. Não sigo à risca nenhuma metodologia de nada, prefiro adequar o melhor de cada uma e criar minha própria, baseada na associação e coerência. Contudo, uma questão que considero muito válida na filosofia do Cesar é que ele não se diz adestrador, mas alguém que reabilita os cães e os ajudar a ter bons comportamentos. Quem são treinados são os tutores. Afinal de contas quem deve ser treinado? O liderado – para receber ordens –, ou o líder da matilha para saber dar o direcionamento e a se comunicar de forma assertiva?
E nessa jornada de estudo, descobrimento e experimentação como líder e pai que dá amor incondicional aos meus três filhotes (Luiz Gustavo, Meg e Thor), “copiei” esses passos ou princípios universais que identifiquei como relevantes para qualquer ambiente e relação, e que devem nortear nossa liderança:
- Energia certa – o líder deve se comunicar de forma assertiva com energia e linguagem corporal adequadas ao momento e ao liderado;
- Criar regras e limites – como em todo grupo deve haver regras e expectativas bem definidas. Sendo assim, o líder deve deixar claro o que espera dos outros e o que precisa que seja feito, ou não. Do contrário, tudo será confuso;
- Coerência e consistência – as crianças e animais possuem uma capacidade de aprendizado por associação muito evidente, e podem facilmente extrapolar para outras situações as relações de causa e efeito. Por isso, a coerência do líder deve ser consistente em cada uma de suas escolhas e ações;
- Cuide e proteja – é responsabilidade do líder, que quer extrair o máximo potencial de seus liderados, atender às demandas e necessidade (físicas e psicológicas), mas sem com isso provocar a privação da liberdade e da autonomia;
- Confie no seu feeling – às vezes, por mais racionais que sejamos, nosso condicionamento e instinto de sobrevivência (e quiçá uma luz espiritual) nos guia por caminhos menos racionais, e talvez em alguns momentos seja mais importante “dar ouvidos” a esses sentimentos e menos aos pensamentos. E lembre-se sempre de buscar se comunicar com empatia (tentando entender o que o outro sente) e tentar prover o que for melhor ao grupo.
Com esses princípios em mente, agindo sempre com “calma e energia assertiva” diante das necessidades e dificuldades do seu grupo, você com certeza se tornará um moderno líder da matilha.
Qual o seu estilo de liderança? Você acrescentaria algum outro “princípio universal” para um líder de matilha moderno?
Um grande abraço,
0 Comentários