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Como se forma a personalidade?

Já começo dizendo que não sou psicólogo. Mas como grande curioso da natureza humana e observador de comportamentos tenho buscado muitas informações para me ajudar a ser mais assertivo na criação do meu filho.

E baseado nessas leituras e nas minhas percepções consegui fazer links que me ajudam a ter algum entendimento (e que talvez não tenham fundamento nenhum!), e que acho que possam fazer sentido também para você. E se houver algum psicólogo ou qualquer outro detentor do saber da mente humana que puder confirmar ou corrigir o que estarei colocando aqui, por favor, contribua nos comentários!

Contudo, de uma coisa tenho certeza: qualquer pessoa há de concordar comigo que nossa personalidade é definida nos primeiros anos de vida. Como se diz, “tá tudo na infância”! E, além disso, como também diz um velho ditado, “o fruto não costuma cair longe da árvore”, então a genética pode ter bastante influência no temperamento, mas o ambiente tem ainda mais força, ao meu ver. Por isso, bato aqui na tecla de que os pais precisam assumir o papel de liderança em casa, pois nós, como pais (e mães), temos a responsabilidade dobrada de proporcionar o melhor desenvolvimento do caráter dos nossos filhos.

Por trás da personalidade de um filho existe a família influenciando

É claro que alguns eventos da vida adulta podem mudar o nosso modo de ser, às vezes até para uma nova versão de nós mesmos, mas o “grosso” vem lá do começo. O problema tá na origem!

Primeiramente, uma introdução rápida

O grande pensador grego Hipócrates criou a milenar teoria dos humores para buscar determinar diferentes tipos de personalidades, e que é bastante usada (ou adaptada) para determinar perfis até hoje.

Tipos de humores de Hipócrates e suas adaptações ao longo dos séculos .
Fonte: https://os16tipos.com/os-4-temperamentos/

Séculos depois, Sigmund Freud – considerado um dos maiores especialistas da mente humana – percebendo que seus pacientes possuíam certos conflitos internos, determinou que a estrutura original da personalidade, chamada de “Id”, é responsável por nossos impulsos. Parece estar relacionado ao que hoje conhecemos como cérebro reptiliano. Ele também chamava nosso pensamento racional de “Ego” e o juízo de valor de “Super Ego”, e que respectivamente podem ter analogia com o sistema líbico e neocórtex. Olha como o Freud já “manjava” das coisas muitas décadas antes da medicina visualizar essas estruturas!

Daí os discípulos de Freud começaram a aprofundar nos estudos do mestre e evoluir o entendimento sobre a psicologia até que se chegou à teoria sobre o caráter e a influência disso não só na mente, mas até no físico. Todavia, o mais interessante é que eles identificaram os “traumas” da infância, a correlação com a fase psicossocial da vida (ou seja, a idade) e como isso afeta inclusive os traços no nosso corpo. Duvida?

Durante a gestação, se uma criança se sente rejeitada, ela pode não confiar em outras pessoas no futuro e desenvolver um perfil mais caladão e recluso, e ainda mais racional. Seria o típico CDF “azeitona no palito” como se chamava nos anos 80’. Já a criança que se sente abandonada durante a fase de amamentação, poderia ter o perfil oposto, com uma tendência ser mais comunicativo e interativo e com um corpo mais “redondinho”, pois geralmente desconta as frustrações na comida. Não vou entrar em detalhes, pois não é minha “praia”, mas até que faz bastante sentido, concorda?

Diferentes “traços” de personalidade formados por influência dos “traumas” sofridos a cada fase da infância.
Fonte: andrerossiter.com.br/2019/11/wilhelm-reich-carater-fases.html

A forma de interagir com seu filho pode influenciar muito no futuro

Independentemente da metodologia e de quantos perfis comportamentais realmente existam, você há de convir comigo que a forma como tratamos nossos filhos, desde antes do nascimento, pode ter uma influência absurda no tipo de pessoa que ele irá se tornar e como irá agir diante das situações da vida. E às vezes a gente erra tentando acertar.

E às vezes a gente erra tentando acertar. É tão comum ver pais tentando suprir o que não tiveram em sua infância e migrando para o outro extremo da situação. O mantra é: “não vou deixar meu filho passar pelo que passei”. Mas na verdade eles estão querendo curar a si mesmos e compensar sua própria criança interior. Por exemplo, pais que passaram uma vida de dificuldades tendem a mimar e dar tudo de “mão beijada” para os filhos. Faz parte do nosso instinto de proteção.

E querer pertencer a um grupo (ou perfil) também é algo natural. E essa busca por identidade sempre me interessou e já fiz diversas análises e “testes”, desde horóscopo ocidental e chinês até testes corporativos com mais de 200 perguntas para determinar meu perfil, e devo confessar que muitos descreveram até com certa coerência o meu perfil. E uma coisa eu percebi, minha personalidade se mantém, mas meus comportamentos e atitudes mudaram muito ao longo da minha vida à medida que eu ia amadurecendo.

Pode ser interessante sim fazermos essa leitura dos nossos filhos. Por que não?! Mas é bom lembrar que eles ainda estão em fase de formação do caráter na primeira infância. E mais importante do que ficar analisando o filho baseado “nessa” ou “naquela” metodologia, ou mesmo através de um profissional da área, acho que devemos analisar os nossos próprios comportamentos diante das situações que vivenciamos com eles (ou diante deles) para minimizarmos os erros e evitarmos comportamentos extremos.

É o mesmo conceito da educação de cães e outros pets. Por mais que seja adestrado por um profissional, são as nossas atitudes como líderes da matilha, no dia a dia, que vão influenciar no comportamento do animal. E falando em cachorros, na minha humilde opinião essas questões de psicologia parecem o típico dilema filosofal do cachorro-quente: a quantidade de pães no pacote nunca corresponde à quantidade de salsichas na embalagem. Sempre falta algo! Rsrs…

Mesmo com todos esses “padrões” de personalidade, provavelmente não exista nenhum corresponde totalmente à sua identidade. Até porque, dificilmente alguém é 100% um “rótulo”. Não somos uma caricatura. Veja, por exemplo, o bom e velho perfil determinado pelas estrelas, o horóscopo. Você já percebeu que quando a pessoa não se encaixa totalmente na descrição, logo se diz que ela tem ascendência em outro signo? Acredito que independentemente da metodologia você vai concordar comigo de que somos todos física e mentalmente “mestiços”!

E você, já fez esses “testes de perfil”? Qual te descreve melhor?

Um grande abraço,

Pai Alfa.

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Pai Alfa
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