Assíduo Assédio
Esses dias estava conversando com uma amiga do trabalho cujos filhos pareiam a idade com os meus. E durante a conversa eu comentei que Edu mordeu o irmão em casa, e ela me disse que foi chamada uns dias antes na creche, pois o filho dela mordeu um coleguinha. Daí eu disse que aqui em casa a gente sempre reforça que tudo deve ser feito “com carinho, não bruto”. E ela me confessou que brincava de mordiscar o filho, como forma de carinho, mas concluiu que ele talvez tivesse aprendido com essa atitude dela que mordida poderia ser uma forma de carinho. Emendei: “Provavelmente!”
Comentei que a minha esposa tinha começado a fazer isso ainda quando o Luiz Gustavo era pequeno e que havia alertado a ela que isso poderia causar confusão nele e criar esse hábito de mordida. Aqui em casa existem os mandamentos do que não pode ser feito, e “Não morder” teve que ser incluído por um breve momento nessa lista.
Às vezes uma atitude inocente dos pais com as crianças viram um padrão de comportamento difícil de remover no futuro. Eu mesmo, pai de dois meninos, me policio o tempo todo para não fazer brincadeiras mais brutas com eles, como “lutinhas”, para que eles não incorporem aquilo como algo legal e depois saiam por aí distribuindo “soquinhos” nos colegas de escola.
Outra coisa que a Júlia fazia às vezes com nossos meninos era brincar de abraçar e beijar eles “à força” quando eles não queriam dar atenção a ela. E eu sempre alertava para não repetir isso, pois depois na adolescência eles podem acabar reproduzindo esse comportamento de assédio sexual que ela mesmo tanto detestava sofrer nas folias e baladas. E para evitar isso temos a regra número 1 da casa: “Pediu pra parar, parou”!
Outro dia reparei que estava afixado na parede da escola do Gugu, foi um cartaz da CIPA com um “A” extra, de Assédio. Acho que deveria ter em toda empresa, inclusive. Isso evitaria muitos problemas no meio corporativo e no educativo. Afinal, é exatamente na escola que o bullying começa. E quem nunca teve um apelido pejorativo na escola, não é mesmo?!
Mas até agora, estou considerando os pais legais e bem intencionados, como você e eu. Mas a gente sabe que nem todos os lares são bem estruturados, e é daí que vem a maior parte dos comportamentos de violência física e psicológica. E a gente não pode escolher os colegas de sala dos nossos filhos, não é mesmo?!
E assim como eu, você também deve conhecer algum caso de homem que persegue (stalking) a ex-companheira por ciúmes doentios e sentimento de posse, e por muitas vezes violentos. Nenhuma das formas de assédio deveria ser presenciada por uma criança que está formando sua personalidade. Eles causam traumas permanentes até a vida adulta.
Assédio moral eu mesmo já vivi na carne com ex-chefe. No meio escolar, creio que não seja mais algo que se veja entre professores e alunos como na minha época. Hoje é mais fácil ver esses assédios dos pais com os professores. De um jeito ou de outro, é lamentável!
Nossos filhos imitam tudo o que fazemos, como exemplo, e tudo que é repetido várias vezes se torna um hábito. Então, cuidado! Quando as crianças são pequenas, tudo parece engraçado e “bonitinho”. E eu sei que se você é meu leitor aqui, sua família já é abençoada com um ambiente de amor e respeito, mas temos que nos policiar para não permitir, ou pior, sermos nós mesmos a estimular o mal comportamento dos filhos no futuro.
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