Baby steps, grandes conquistas
As jornadas mais importantes começaram com os primeiros passos, e eles são sempre mais curtos e lentos do que os seguintes, pois precisamos romper a inércia para depois ganhar velocidade. E, da mesma forma que em uma corrida de Fórmula 1, na segunda volta a aceleração é mais rápida.
Eu e a Júlia sempre nos preocupamos em garantir que estávamos tomando as decisões corretas em situações que saíam da rotina. E, como pais de primeira viagem, contamos com diversos profissionais para nos amparar nas dúvidas. Além da pediatra, consultamos o Luiz Gustavo com ortopedista, otorrino, odontologista, psicóloga, fisioterapeuta e até neuropediatra – neste caso em específico, mais de um, porque nosso feeling de pais nos fez enxergar um problema e não ficamos convencidos de que tudo iria “se resolver sozinho”.
Nunca detalhei aqui, mas o Luiz Gustavo chegou a usar um “capacetinho” quando bebê. A principal decisão de iniciar essa jornada de tratamento veio do fato de ele apresentar um possível atraso de desenvolvimento neuromotor (observado por uma fisioterapeuta especialista no desenvolvimento de bebês), que poderia estar sendo causado pela plagiocefalia (assimetria craniana) diagnosticada.
Foi nessa época que eu, desempregado, passava os dias no tapete com o Gugu, fazendo tummy time com ele para acelerar a recuperação, analisando mensalmente os marcos de desenvolvimento para confirmar que tudo isso estava fazendo efeito. Ao mesmo tempo, fazia viagens com ele — algumas sozinho com ele — a cada 15 ou 20 dias para São Paulo ou Brasília, para ajustar a órtese à medida que a cabeça crescia. Foram quatro meses nessa luta até que, poucos dias antes de ele fazer seu primeiro aniversário, começou a dar os primeiros passos, recebeu alta e eu voltei a trabalhar. Missão cumprida!
Já com o Eduardo, foram menos consultas e profissionais. Não é que não nos preocupamos igualmente com o segundo, mas nós é que estávamos com menos “medos”, pois, como salientado no início, a experiência da primeira viagem nos fez enxergar mais além — a ponto de sabermos onde estavam as curvas do caminho.
O Edu também teve uma suspeita de plagiocefalia, bem mais leve, e fizemos um pouco de fisioterapia com ele. Mas como nós já tínhamos aprendido a lição sobre como posicionar o bebê para dormir sem forçar a estrutura óssea craniana, e como o desenvolvimento neuromotor dele estava dentro dos percentis adequados — e bem acima do irmão (até porque, com o Gugu, o Edu tinha um “professor” 24 horas por dia em casa) — resolvemos parar o tratamento por conta própria.
O Edu mal aprendeu a andar e já estava correndo e pulando… e não parou até hoje!
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