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Independência ou Morte?

Desde antes de o Brasil se libertar de Portugal pelo brado forte e retumbante de Dom Pedro, todas as gerações que nasceram nos séculos passados viviam uma criação pautada na obediência aos coroas. Pais, mães e professores que faziam da Educação um preparativo para o que enfrentariam na vida adulta. Fosse nos campos de lavoura ou de guerras, ou nos centros urbanos, a única escolha de qualquer subordinado era seguir ordens rígidas e autoritárias – mesmo quando sabia que fazia algo errado.

O pós-guerra veio trazendo mudanças na cultura, mas que ainda eram lentas e perduravam por quase uma década inteira. A temática parecia com as festas infantis que a gente muda o estilo e o personagem a cada ano. No cotidiano, na música e na moda, se via claramente a distinção. Dos tempos da brilhantina “a la” Elvis Presley nos anos 50, ao fenômeno dos Beatles nos 60, à era Disco dos 70, ao estilo Pop Rock dos anos 80 – tão referenciado hoje em dia –, chegando aos “descolados” anos 90. E tudo isso sob a hegemonia dos aparelhos da televisão dominando a atenção dos lares no mundo todo.

O novo século, por sua vez, pelo avanço da tecnologia e popularização da internet, trouxe mudanças mais significativas e rápidas. Os aparelhos mais cobiçados em um ano, no seguinte já estão obsoletos. A tecnologia avança a passos largos e muito do que parecia um futuro distante às vésperas do bug do milênio, digno de ficção científica, hoje já é realidade.

Deveria ser a Era do Amanhã. Mas na verdade tudo ficou mais efêmero, inclusive na cultura, na moda e na música, a maioria das tendências não passam de um remake, uma revisita ao século passado. E nada dura tempo suficiente para ser marcante. E morre na mesmice do luto do Ontem.

No último século passamos da discussão do trabalho manual ser realizado por máquinas ao ponto da inteligência humana ser derrotada por um computador em uma partida de xadrez.  E hoje estamos avaliando quais profissões vão sobreviver ao avanço dos robôs e da inteligência artificial. E será que somos nós adultos, pais, educadores e líderes, com nossa “visão de retrovisor” os Exterminadores do Futuro dessas crianças?

Contudo, desde os tempos da Coroa algumas características sempre foram marcantes nas pessoas que se perpetuam na história e provavelmente nunca poderão ser executadas por máquinas deste século: criatividade, empatia, solidariedade e pensamento crítico.

Quando eu era jovem pensava em qual mundo deveria tentar deixar para os meus filhos. Hoje eu reajustei meu mindset e me pergunto: que geração de filhos temos que tentar deixar para esse novo mundo?

Quando vamos parar de mirar no passado e realmente preparar nossos filhos para as próximas décadas? Será que temos sido bem sucedidos em proporcionar autonomia, segurança psicológica e bons exemplos? E que futuro temos pavimentado? De Independência ou Morte?

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Pai Alfa
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