Sequestro relâmpago (da mente)
Você está tranquilo, vivendo sua vida calmamente e, de repente, sente o gatilho. É levado abruptamente a um status de stress imenso, sem se dar conta de como chegou naquele ponto. O adulto esbraveja e começa a agredir física ou verbalmente. A criança se joga no chão, chora a plenos pulmões, numa birra tremenda. E o cachorro late incessantemente, sem parar. Todos foram sequestrados!
Não estou falando de ser abordado por um bandido que te obrigue a sacar dinheiro em algum caixa eletrônico ou que você seja levado a um cativeiro. Não é um sequestro do corpo, mas da mente!
E quem nunca, depois de explodir em uma reação ao stress, quando mais calmo, se deu conta de que foi tudo exagerado? Que foi uma “tempestade em copo d’água”? Nosso cérebro às vezes nos prega essas peças!
Faz parte do nosso instinto pré-histórico tomar atitudes que hoje, na sociedade moderna, podem ser considerados exageros em algumas situações, principalmente quando estamos diante de uma situação de perigo iminente (luta ou fuga). Além disso, também faz parte do processo de amadurecimento do nosso cérebro tentar minimizar essas reações à medida que vamos ganhando mais experiência e controle. Contudo, ainda existem gatilhos mentais, muitas vezes originados de situações marcantes em nossa infância, que nos fazem reagir exageradamente ao cutucar uma antiga ferida de nossa alma.
E com uma criança ou um pet? Já que eles não têm nenhum controle de suas próprias emoções, como ajudar? Pratique a observação.
Antes de uma birra infantil há um estado de fome ou de sono. As necessidades básicas precisam estar sendo atendidas. Pode reparar que antes de um cachorro latir incessantemente você pode notar uma orelha sendo levantada. Há sempre um gatilho prévio antes do nível de tensão subir em segundos. Esteja atento e mude o foco! Identifique as faíscas e interrompa o incêndio antes que o fogo se alastre. Quanto antes jogar água fria, menor o nível do estrago.
E aprenda a analisar o que tira você do sério. Se está ciente dos gatilhos que provocam a sua reação explosiva, é possível prevenir! É papel do adulto fazer o reconhecimento preventivo, identificar o momento e prevenir a explosão antes que ela ocorra, para evitar o sequestro emocional. É sempre melhor prevenir do que tentar remediar. Lembre-se: você é o adulto(a) da situação.
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