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Série Loki, nexus, busca pela identidade e as variantes

Quem é fã de cinema e quadrinhos, como eu, tem vivido um momento mágico nos últimos tempos com tantos filmes e séries disponíveis. Por aqui eu já fiz comparações sobre liderança com os Vingadores, com a saga Star Wars, e também da série WandaVision sobre o luto vivido durante a pandemia, sem contar as citações a tantas outras referências do mundo geek. Contudo, assistindo a série Loki, do Disney+, tive um novo insight que preciso compartilhar com você!

Ah! Se você ainda não assistiu Loki, fique tranquilo! Não gosto de dar spoilers! Por aqui sempre comento sobre percepções sobre o que já está sendo amplamente mostrado em trailers e declarações dos próprios produtores e atores nas mídias!

Mas, então! O que a série do Deus da trapaça, sua busca por uma identidade e os conflitos com suas variantes (outras versões de si mesmo) têm a ver com o conteúdo daqui do Blog Pai Alfa? Tudo! E tenho certeza que você vai concordar comigo! Segue o fio.

Gugu andando de bicicleta sozinho no parque

Na série, o protagonista extremante arrogante e narcisista realmente acredita ser um deus super poderoso tentando subjulgar todas as outras formas de vida, até que se depara com uma realidade muito diferente de tudo que imaginava.

Mas quantos de nós nunca nos sentimos assim, principalmente na adolescência, achando que nossas ações e pensamentos são capazes de mudar o universo? Essa busca pelo nosso eu, em nos identificar e nos reconhecer como parte do mundo é inerente ao ser humano e muitas vezes é nossa principal motivação para a vida.

Eventos nexus e as variantes

E quem nunca se pegou imaginando como seria a vida ou o que teria se tornado, se tivesse feito algumas escolhas-chave da vida de forma diferente? Aquele acontecimento inesperado, uma atitude impensada ou um “eu te amo” não dito. O que seria diferente hoje se tivesse agido de outra forma?

Esses eventos nexus em nossas vidas muitas vezes desencadeiam o surgimento de uma nova versão de nós mesmos, pois nos permite – ou nos força a – sermos uma variante do nosso antigo “eu”. Essa é, inclusive, a base do enredo da série e de quase todas as histórias contadas no mundo. A personagem está ali vivendo sua vidinha e, de repente, algum acontecimento inesperado se transforma em uma oportunidade de mudar o rumo daquela vida. E a partir do momento daquela escolha (ou não), por mais que se lute contra, há sempre significativas mudanças em nossa forma de agir e pensar. A jornada do herói o torna uma nova versão de si, ou seja, uma variante do seu passado.

Mas ao contrário do que tenta catequizar a organização TVA da série, uma variante não é algo ruim. Pode ser uma evolução natural para uma versão melhorada de nós mesmos.

Variante do Loki na série do Disney+ tentando demonstrar que evoluiu e que nunca mais faria novamente

A parentalidade é um nexus

Você está lá seguindo sua vida (pessoal e profissional), seguindo as determinações da sua “linha do tempo sagrada” e, (por mais que fosse desejado e estivesse planejando) de repente, você descobre que vai ser pai (ou mãe). Daí você passa muitos dos próximos dias da sua vida tentando – sem sucesso – resgatar a sua vida de antes. As noitadas de festa dão espaço a noites sem dormir ao lado do berço; A planejada viagem romântica dá espaço a uma excursão à Disney; E por aí vai! Por mais que você tenha com quem deixar o rebento para um passeio a dois, você vai passar o tempo pensando em voltar rápido para ter aquele serzinho em seus braços logo. Meus pais mesmo, quando eu era recém-nascido, decidiram manter os planos de uma viagem à praia. Foram! Mas voltaram na metade do esperado. As novas versões pais, não souberam se abstrair da nova realidade e seguir o fluxo antigo.

A paternidade – e principalmente a maternidade – é um grande exemplo de um evento que muda para sempre a vida de uma pessoa. E eu acredito que se algo tão profundo assim não afeta em nada a vida de uma pessoa, na verdade ela não está exercendo o livre-arbítrio, mas sim se mantendo em uma prisão sem nexo, que não a permite evoluir. Uma lagarta que morrerá na crisálida, sem ver o mundo do alto como uma borboleta.

Filhos também podem ser uma variante?

Ao meu ver, de certa forma, os filhos não deixam de ser uma variante dos pais. Mas ao contrário do que a TVA faz na série Loki, as variantes não devem ser suprimidas ou “podadas” em suas atitudes. Não é justo controlar alguém a ponto de querer determinar tudo que ele pode ou não fazer (isso é escravidão!), e nem ditar o caminho como se houvesse um único trilho aceitável a seguir. Se você não viu o futuro, como tem certeza que o seu caminho é o melhor? Eles têem direito ao livre arbítrio e a seguir sua vida com autonomia, desde crianças. O futuro não pode ser controlado por nós, e “invariantemente” – ops! invariavelmente – novos caminhos podem ser traçados e seguidos para que a evolução continue com o seu fluxo.

Os filhos não se parecem com os pais apenas nos aspectos físicos, mas já reparou o quanto também absorvem muito da personalidade e comportamentos? Já comentei outras vezes por aqui e no Insta, que por mais que eu tivesse tentado na adolescência ser diferente do meu pai, hoje percebo o quanto eu acabei me tornando uma variante dele. Afinal, mesmo não querendo a princípio trabalhar com vendas na área médica, talvez por ter crescido em meio a amostras grátis, acabei me tornando farmacêutico, e fui trabalhar vendendo produtos principalmente para indústrias farmacêuticas, algumas para as quais meu pai já trabalhou. Coincidência!?

E se eu te disser que irmãos também podem ser variantes entre si e dos pais? Lá em casa minha irmã também é farmacêutica e meu irmão, o “diferentão” que estudou TI, tem trabalhado em instituições relacionadas ao ramo farmacêutico. Dá para acreditar!?

Com o Gugu percebo a mesma coisa. Já consigo ver nele muitos traços de semelhança. Mas alguns pontos, de maneira até mais precoce do que comigo. De fato estou tentando educá-lo da melhor forma que posso e com isso espero que ele se torne um versão muito mais poderosa e destemida do que eu jamais pensei que seria. Eu não só quero criar um filho para o mundo, mas para todo um multiverso de possibilidades – e sem trapaças, claro!

Cada nova geração é uma oportunidade de nos tornarmos e de gerarmos uma nova versão de nós mesmos

Assim como as variantes do Coronavirus, as da séria da Marvel nos mostram que somente aquelas que evoluem, conseguem se tornar mais fortes, sobressair sobre as demais e sobreviver. Nesses dois casos, estão levando o universo ao caos. Mas no nosso caso, o objetivo é que essas mudanças nos levem ao crescimento pessoal.

E aí, curtiu a série? Conseguiu fazer o link com o que foi dito aqui? Você consegue enxergar as variantes em sua vida?

Um grande abraço,

Pai Alfa.

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Pai Alfa
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