Não basta ser pai, tem que participar!
Esses dias ouvi de uma mãe, que o pai do bebezinho de 8 meses nunca havia trocado as fraldas do filho porque o marido era machista. Macho p**** nenhuma! É só desculpa de um frescão com nojinho. Na hora de mexer no motor do carro faz questão de sair todo sujo de graxa. Homem que é homem limpa a bunda suja sim… Dá banho, leva golfada e tudo mais.
Viajando no assunto
Foi num voo desses, retornando de São Paulo pra Beagá, que tive alguns bebês como vizinhos de assento. Ao meu lado um casal jovem com um bebê de um aninho e na fileira de trás, do outro lado do corredor, uma moça com o pai dela, um menino de 8 meses e uma menininha de pouco mais de 2 aninhos. Como o meu pequeno vizinho de poltrona não parava de me olhar (na verdade, para meu chapéu), comecei a interagir com ele e, inevitavelmente os assuntos relacionados a paternidade surgiram com o casal. E o bate papo se estendeu depois com esta mãe no corredor. O pai no assento ao lado disse que, assim como eu, participava nos afazeres, trocando fraldas, colocando bebê para arrotar depois da mamada (que a propósito elogiei a mãe por ainda dar o peito para o filho de 1 ano). Já a mãe do corredor foi quem soltou pérola de que o marido não fazia nada em casa e tinha o incentivo da mãe, no caso, a sogra dela. Nunca consigo entender o quanto as mulheres reclamam de comportamentos machistas dos homens, sendo que estes quase invariavelmente são criados por… Adivinhem!? Mulheres!!!
Quem me conhece sabe que faço as tarefas de casa e algumas delas até melhor do que a minha esposa. Num time, cada uma assume aquilo que faz de melhor, afinal não adianta colocar o atacante na zaga. Aqui em casa quem “manda” na cozinha sou eu. Eu que dei a palavra final sobre o design dos móveis, os eletrodomésticos, conjuntos de panelas, já que eu uso mais a cozinha a grande maioria das vezes, e modéstia à parte, melhor (rsrs).
Quando o Gugu nasceu, para ter direito aos 20 dias de licença paternidade, tive que fazer um curso on-line sobre “como ser pai”. Para mim não teve nenhuma novidade, pois já havia estudado todos os assuntos, mas consigo entender porque para a maioria dos homens há a necessidade.
Homem… Das cavernas
O homem pré-histórico era responsável por sair em uma jornada, às vezes de dias, para caçar e trazer o alimento para sua família. Enquanto isso a mulher ficava sozinha com o filho e saía apenas para a colheita nos arredores. Os tempos hoje mudaram. Os mamutes e tigres-de-sabre foram extintos. A caverna tem grades e câmeras de vigilância, e a carne e verduras frescas chegam até de motoboy, se precisar. Mas para sustentar tudo isso a maioria das mulheres também teve que sair de casa para “caçar” o dinheiro. E às vezes a “colheita” delas é mais gorda que a dos homens, mas muitos ainda acham que tem que cumprir somente o papel de “provedor”. Aí na hora que chega em casa, ainda fica somente por conta dela os afazeres da casa e os cuidados com os filhos, enquanto ele fica de frente para TV assistindo futebol? Ah, para! Já estamos no século XXI.
Minha avó é dona de casa, minha mãe também. Opção delas querer criar os filhos, afinal foram 9 e 3 respectivamente. Outros tempos. Daí, fiz as contas: O fator de divisão a cada geração é 1/3, então provavelmente eu terei só um, até para não contribuir com a superpopulação no planeta. Mas já ciente que hoje da pré-escola até a faculdade as mensalidades são o mesmo absurdo, obviamente já esperava que minha esposa fosse “caçar” comigo. No caso dela a proporção é a mesma, da avó, com doze, para a mãe, com 4, também era 1:3.
Filhos acima da média, pais melhores
É um ciclo vicioso. Se você foi um filho X, vai ser um pai X (pode substituir o X por qualquer adjetivo). Essa é a tendência! Se ainda não se deu conta do quanto é parecido com seus pais, é porque ainda não saiu totalmente da adolescência. A não ser que você tenha se “convertido” a uma outra religião ou um novo jeito de viver a vida… Mas provavelmente fez isso para se redimir dos seus pecados. Em vendas existe uma “parábola” na qual brincamos que o que motiva o jumento a seguir em frente é a cenoura, mas a maioria não é porque ela é colocada à frente diante da boca, mas atrás (ahh, faça um esforço maior que vai entender a piada.. Rsrs).
É fato! Se seu pai te criou na base da palmada, possivelmente essa vai ser sua principal forma de “educar” o seu filho. Mas se você conseguir quebrar a corrente, seu neto vai te agradecer por dar a ele um pai melhor.
A minha sogra sempre disse: “não criei filha para casar”. E ela teve que aprender a cozinhar e limpar a casa num apê dividido em outro continente, longe da mamãe. Passou aperto. Minha mãe também não me ensinou, mas desde a adolescência eu tinha consciência e quis aprender por conta própria. Poderia ter só ficado nas tarefas de alvenaria, hidráulica, elétrica e mecânica que aprendi fazendo com meu pai, mas queria saber de tudo um pouco. Já sabia que precisaria disso para ser um marido companheiro e um pai exemplar.
Todavia, tem homem que se gaba de saber concertar a “rebinboca da parafuseta”, mas não sabe nem trocar uma resistência de chuveiro ou passar uma camisa de botões. “Não sei fazer”! Ahh, hoje em dia não tem desculpa! Tem gente ensinando de tudo na internet, de como tirar a mancha de vinho da camisa a construir uma bomba atômica. Se vira, cara!
Aqui em casa queremos proporcionar para nosso filho uma qualidade de vida melhor, e que ele possa ser ainda melhor do que nós, no futuro. Mas isso não quer dizer que vamos entregar tudo a ele de mão beijada, pelo contrário, desde cedo já pretendemos ensiná-lo a ajudar nas tarefas da casa e a complexidade vai aumentar na medida em que ele crescer. Mas não vou só ensinar, vou dar o exemplo.
Pa(i)rticipação ativa
É muito fácil pegar o filho no colo, limpinho cheirosinho e postar uma foto no Instagram e escrever “eu e meu filho”. Mas ao primeiro sinal de choro ou fralda suja, entregar para a mãe! Aqui em casa é o contrário, as cagadas homéricas, de vazar a fralda, entrega pro pai, para limpar no chuveiro.
Eu faço questão de fazer parte de tudo desde o início. Acompanhei a maioria das consultas pré-natais, exames, e tudo mais. No parto acompanhei desde as primeiras contrações até o primeiro banho dele (eu quem dei). Fiz questão de cortar o cordão umbilical e cuidar dele até cair depois de uns 10 dias (a propósito, fiz um ótimo trabalho, ficou top!). E recomendo a cada pai a fazer o mesmo. Você nunca vai esquecer ou se arrepender!
E você? O que tem feito pelos seus filhos? E para que sejam pais melhores para seus netos? Compartilha conosco nos comentários!
Um grande abraço,
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