Mais semelhanças entre a educação de bebês e cachorrinhos (BÔNUS)
Já apresentei aqui no blog outras 10 semelhanças na criação dos bebês e cachorrinhos, mas acabei me lembrando de mais algumas que não poderiam ficar de fora:
11 – Hora e lugar
Tanto para os bebês quanto para os cãezinhos, a relação causa-efeito é imediata e não está relacionada à memória. Então se você quer que eles aprendam as implicações ou consequências de alguma ação, precisa pegá-los em flagrante e corrigir se for um mal comportamento. Não adianta nada chegar em casa horas depois e querer chamar atenção pelo estofado estragado, o vaso de planta derrubado. Se não foi em flagrante, não é correção, é só punição. Eles nem fazem mais ideia do porquê você está brigando. Passou, já era! Timing é tudo!
“Ah! Mas eu mostro o lugar e eles fazem cara de culpado”. Não, meu amigo/minha amiga, eles notam apenas o seu corpo e tom de voz e associam aquilo a outros episódios de repreensão. E falando em lugar, há ambientes que são sagrados na casa! Por isso, nunca brigue ou “coloque de castigo” onde você quer que eles fiquem numa boa, tranquilos, sozinhos, principalmente onde dormem. Se fizer isso eles vão associar aquele lugar com bronca e punição, com cativeiro, e daí, já era, não vão gostar de ficar ali mais, nem por reza brava, ainda mais sozinhos. Meu irmão vivia reclamando do cachorro dele. O bicho não saia do pé do sofá e não dormia de jeito nenhum na caminha na área de serviço. Um dia fui visitá-lo e passei o dia lá. Um tempo depois ele comentou o assunto de novo. Daí eu falei para ele: “mas você ficou no sofá fazendo carinho nele aos seus pés um tempão, e quando você foi chamar a atenção, levou para a caminha e deu a bronca e pôs de castigo lá. Onde você acha que é o lugar preferido dele?”. Afinal, todo mundo prefere ficar onde a diversão acontece, não é mesmo?
12 – Determinação de sobra
Você já viu uma trilha de formigas até o açucareiro? Já tentou colocar objetos no caminho para atrapalhar, mudar de lugar, etc, e percebeu em seguida que rapidinho aquele exército de insetos facilmente chegou ao seu objetivo novamente? Com as crianças e animais não é muito diferente, ainda mais se for divertido.
Quando eles aprendem algo novo e gostam do resultado, por mais que você tente impedir, eles vão continuar tentando repetir o feito, leve o tempo que for, custe o que custar. E quem não gosta do prazer de uma “conquista”?
Me lembro bem da época que morava em uma casa com quintal com meu pai e eu construímos uma casinha pra Meg e pro Thor de alvenaria. Era ideal para que ficassem presos nos momentos estratégicos (para guardar o carro na garagem, receber visitas, limpar a varanda onde dormiam todas as noites, etc). O projeto era bem legal, com esgotamento sanitário em filtro de areia e brita e tudo mais. Tinha até uns canos com boca (e tampa), do lado de fora (à esquerda), para despejar água e ração diretamente nas respectivas vasilhas (lá dentro). Nossa obra prima de Engenheiros do Havaí!
A questão é que apesar de ser uma mini fortaleza, a Meg um dia, conseguiu sair. Tudo indicava que era uma fresta entre o caibro e o telhado, fui lá e “vedei”. Depois disso, demorou um pouco e lá estava ela de novo pra fora. Como?! Fiz mais um monte de coisa para corrigir as “falhas de projeto”, mas ainda assim, ela sempre dava um jeito de sair. Descobri até que ela conseguia se contorcer toda para passar entre o topo do portão e a viga, igual aquele esporte olímpico “salto em altura”.
O Gugu, por sua vez, descobriu que o sofá e a cama têm a mesma elasticidade do pula-pula, todo dia tem que pedir ele para descer. Que são móveis para sentar e deitar e que se ele quiser pular e correr tem que ser no chão. Já disse que é todo dia, né? TO-DO-DI-A!
Contudo, o que quero dizer é que podemos condicionar o que não deve ser feito. Quem nunca viu a imagem do cavalo preso à uma cadeira de plástico, como se ela fosse um “poste”?
Devemos estimular essa determinação para o que for benéfico ao desenvolvimento. É uma questão apenas de canalizar as energias para as ações certas, de forma assertiva, com muito carinho.
13 – Brincadeiras
Você já teve a sensação de ter gasto uma fortuna no brinquedo da moda e o “ingrato” não para de brincar com o controle remoto ou a garrafinha de água mineral? Quem nunca?! Se tiver um barulhinho de chocalho então. Por aqui isso vale para Meg, Thor e até o Gugu.
Para os bebês e os filhotinhos tudo é brinquedo, tudo é brincadeira! E por que deveria ser diferente?
Para cães (e não faz diferença se é um poodle toy ou um pitbull) e para os bebês tudo é motivo para brincar. Pode ser uma varinha, uma bola, uma garrafa, ou o brinquedo super caro que você comprou naquela loja, o que interessa para eles não é o preço, mas o valor. E o que atribui valor é o tempo que você interaje com eles. Se você deu valor para o objeto é com isso que eles vão querer passar o tempo. No caso dos cães tenho certeza que é por conta do cheiro do tutor no objeto, mas dos bebês talvez seja uma mistura disso com o “ver” contigo. Por que você acha que os bebês adoram pegar o controle da TV e o seu celular? E pode perceber que não adianta muito dar algo parecido, eles sabem a diferença. E eles vão fazer de tudo para pegar o certo. Lembra da determinação que citei acima? Pois é!
A propósito, se quiser ensinar um cão ou um bebê a te entregar algo, não tente tomar ou lá na frente você vai ter que se esforçar dobrado para conseguir. Ensine-os dando coisas a eles, várias vezes – não sei se é por reciprocidade – mas eventualmente eles vão ficar mais propensos a te entregar algo na próxima vez. Vai por mim, funciona!
Já viu quando você quer agarrá-los (seja o bebê ou o pet), tipo antes de pular numa poça de lama ou atravessar a porta, ou atravessar a porta sujo de lama, ou o que quer que seja que você estava tentando evitar, e eles correm de você, e achando a maior graça ainda por cima? E nessa situação tem gente que começa a ficar nervosa e corre mais ainda, e é aí que a brincadeira para eles fica mais emocionante, enquanto o adulto se desdobra tentando alcançá-los. Conseguiu visualizar a cena?! E então, você riu bastante só de pensar? Posso te garantir que eles com certeza. Porque qualquer correria é um divertido e emocionante pega-pega.
Se você quer fazer uma criança ou um cãozinho correr até você e não “de você”, faço o oposto. Primeiro chame e desvie a atenção, e seja (ou tenha em mãos) a isca, e os atraia brincando. Lembre-se que tanto os pets quanto os bebês, se dispõem a fazer e aprender melhor com o lúdico, com as brincadeiras.
Como diria a letra da música dos Titãs: “Diversão é solução sim, diversão é solução pra mim”. Na sua casa as brincadeiras também funcionam bastante para educar?
Um grande abraço,
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