Ser questionador é bom? (parte 2)
Como já dito no post anterior, fazer as perguntas certas é o que nos faz evoluir como pessoas individualmente, como negócio e até como civilização.
Aprofundar nas perguntas é tão importante que o brilhante Albert Einstein uma vez disse: “Se eu tivesse uma hora para resolver um problema e minha vida dependesse da solução, eu gastaria os primeiros 55 minutos determinando a pergunta certa a se fazer, e uma vez que eu soubesse a pergunta, eu poderia resolver o problema em menos de 5 minutos.”
E nunca Descartes (entendedores, entenderão…rsrs) suas dúvidas, pois como concluiu o filósofo: “penso, logo existo”!
Cuidado com “o que”, “como” e “porquê” na comunicação
Antes mesmo de Jesus, muitos filósofos gregos já usavam de parábolas para comunicar suas ideias de forma didática a seus ouvintes. E em uma dessas parábolas atribuída a Sócrates, aprendemos sobre o filtro triplo (ou 3 filtros).
Nessa história entendemos que antes de falar algo, principalmente sobre outro alguém, devemos garantir que há justificativa para fazê-lo, pois precisamos passar nossa intenção pelo filtro da verdade, bondade e utilidade. E adaptando essa história à nossa lógica aqui, poderíamos dizer que antes de comunicar algo a alguém deveríamos nos perguntar:
• “O que” vamos dizer é algo que temos confiança de que é verdadeiro?
• “Como” vamos dizer tem a intenção de transmitir algo de bom?
• “Por que” vamos dizer? Vai ter real utilidade para alguém?
Se todos fizessem essas perguntas, tenho certeza de que não teríamos uma sociedade tão “doente” e viciada nas redes sociais com tantas futilidades, fofocas, discursos de ódio e fake news, concorda?
O Círculo de Ouro (Golden Circle)
Outra grande ideia que prendeu e prende até hoje a atenção do público usando os mesmos questionamentos “o que”, “como” e “por quê”, é a que escreveu Simon Sinek em seu livro “Start with Why” (Comece pelo porquê), e que depois se popularizou num evento TED Talks em 2009.
E conforme Simon esclarece, o Círculo de Ouro isso se conecta com a biologia do nosso cérebro, pois o nosso neocortex está relacionado às decisões racionais, o que fazemos ou queremos, baseado em linguagem, dados, etc. Mas à medida que adentramos à nossa estrutura cerebral, nos deparamos com o sistema límbico, de onde vem nossas emoções e impulsos, e que são de fato o que ditam muitas das nossas decisões e ações ao longo da vida.
Há, inclusive, muita gente que é capaz de distorcer qualquer lógica só para validar suas emoções e “certezas”. É raro, mas acontece com frequência! Rsrs
Mas, voltando… Segundo Simon, todo mundo sabe (ou pelo menos deveria saber) 100% “o que” está fazendo, muitos entendem o “como”, mas poucos chegam a meditar sobre “o porquê”. E quem chega a este ponto é que de fato consegue chegar ao topo. “As conquistas surgem quando você busca e alcança “o que” deseja. O sucesso vem quando você tem clareza sobre “por que” você o deseja”. As corporações de maior sucesso e líderes mais notórios aplicam o sentido contrário no círculo de ouro, pois tem a cultura de pensar de dentro pra fora, entendendo primeiro o propósito, o “Por quê” precisam fazer determinada escolha ou ação, para depois entender o “Como” e “O quê” deverá ser definido e feito.
O “porquê” é tão importante, que quando começamos a entender o mundo essa é a principal pergunta que começamos a fazer repetidamente durante a primeira infância. E todos os pais devem concordar que essa é uma fase bem difícil para lidar com as crianças, pois as perguntas são intermináveis, é um “por quê?” atrás do outro!
Mas ao contrário do que se diz sobre “andar de bicicleta”, no campo dos questionamentos a gente cai e não se levanta de novo. Nós desaprendemos (ou somos desestimulados) e simplesmente paramos de fazer perguntas tão importantes para nosso desenvolvimento pessoal e em sociedade, e chegamos na adolecência cheios de “marra”, apoiados sobre “rodinhas” achando que já sabemos de “tudo”, não é mesmo?
Precisamos voltar ao básico… Pé no chão! Começar pelos porquês e não parar por aí! Pois se quiser, de fato, aprofundar em como resolver todos os problemas da sua vida, precisa ir além do primeiro “porquê”.
Resumindo, na hora que meus filhos ficam me enchendo de perguntas, eu não os desestimulo. Respondo todas e, claro, tento orientar a fazerem as perguntas certas! Por aí você também banca o mestre sábio? Comente alguma dica de como você faz. Pode ajudar outros pais também.
Um grande abraço,
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