Os supertrauma da paternidade e The Boys
A série The Boys é uma sátira exagerada e violenta oposta a tudo o que vemos nas produções de gênero de super-heróis, e acaba de lançar um spin off, também na Amazon Prime, Gen V, que se passa após os acontecimentos da terceira temporada da original.
E perto dessa série até a visão sombria do Zack Snyder da Liga da Justiça parece bem levinha e o MCU da Marvel vira uma sequência de filmes de sessão da tarde. Uma grande diferença da série da Amazon é que os super são muitas vezes os principais vilões da história.
Mas o que tudo isso tem a ver com o blog?! É que (só agora reencontrei esse post que escrevi há um tempão na qual) a terceira temporada da série The Boys, trazia um enfoque sobre a paternidade e a triste realidade dos traumas que podem ser causados pelas relações disfuncionais entre pais e filhos. E infelimente, assim como na série, muitos dos pais que deveriam ser os heróis dos filhos são os principais vilões da história (de cada um de nós).
E antes que pergunte, a resposta é não! Não é uma série para maratonar com um filho num Dia das Crianças… a não ser que ele já seja maior de idade. Ainda mais diante do episódio do #herogasm (ou supersuruba, na tradução das legendas). Outro aviso importante! A partir daqui tem SPOILER da terceira temporada.
Capitão Pátria (Homelander), uma versão deturpada do Super-homem, criado com pais ausentes, devido a falta de afeto a acolhimento ao longo da infância se tornou um adulto sádico, psicopata, carente ao extremo e com necessidade absurda de aprovação alheia. Exagerado, mas bem realista, concorda?
Já seus “oponentes”, Soldier Boy e Billy Bruto, que tiveram pais abusivos, são incapazes de qualquer demonstração de carinho ou aprovação, além de estarem repetindo o ciclo e sendo extremamente violentos com todos à volta. E quem não conhece alguém com esse perfil?
O pior é que quando a falta de afeto é tão enraizada na personalidade, como para esses 3, geralmente não se tem nenhuma perspectiva de melhora ou redenção. E assim perpetuam essas atitudes contra aqueles com quem deveriam se importar e proteger.
Por outro lado, no grupo dos “Caras” (que também não dá pra chamar de bonzinhos), tivemos mudanças de atitude para superar seus próprios traumas. O Francês, com comportamento sempre submisso a todos por sua criação extremamente rígida e sempre tão obediente ao pai, afinal entendeu que poderia se priorizar mais. Hughie que estava com sede de poder para provar sua masculinidade, se deu conta de que a visão que tinha de seu pai sendo complacente, na verdade era uma demonstração de força dele para se fazer presente para filho apesar de suas próprias dores. Já o Leitinho teve o melhor desfecho de arco ao se mostrar vulnerável para sua filha, e ao final acabou percebendo que, apesar dos tropeços, ela ainda o via como um herói.
E quantos filhos não são assim como esses personagens (sem os poderes é claro), frutos de uma educação errática dos pais? E falando em fruto, ele não costuma cair longe das raízes, não é mesmo?! Então se quereremos criar super filhos precisamos ser os heróis que eles merecem e precisam. Concorda?
Agora conta aí nós comentários, qual o super-herói que você gostaria de se parecer aos olhos do seu filho?
Um grande abraço,
0 Comentários