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Você já encontrou a essência da sua motivação?

No início do ano participei de uma dessas convenções de empresas. Confesso que parecia ser “mais do mesmo”, com uma daquelas palestras motivacionais de “sempre”, com atividades em grupo para unir a equipe, e etc… Mas dessa vez algumas grandes surpresas foram surgindo numa crescente comovente. Tanto, que muita gente se derramou em lágrimas no final!

A convenção começou interessante, com a ideia de falar sobre o Círculo de Ouro (Golden Circle no original em inglês) de Simon Sinek. A palestrante, Giovanna (mesmo nome da minha sobrinha), era uma mocinha com uma vibe super legal. À medida que foi evoluindo o dia, começamos a pintar brinquedinhos infantis em madeira crua. No meio do caminho, enquanto ela dava uma palhinha de voz e violão, ela nos disse que aquilo seria doado para crianças carentes. O capricho foi maior! Mas logo em seguida tivemos que trocar de mesas e continuar o trabalho do “artista” anterior. Muitos não queriam abrir mão de sua obra-prima a princípio, mas foi divertido entender que não somos donos exclusivos de nada. 

Euzinho no evento corporativo pintando à mão um brinquedo de madeira para doação a crianças carentes

Daí teve uma hora, depois de cantar lindamente, que a Giovanna nos contou que precisava apertar o violão fortemente ao corpo para sentir a vibração, pois não conseguia ouvir bem os acordes por conta de um distúrbio auditivo, degenerativo e progressivo, e que em breve poderia ficar completamente surda. Putz! Algumas lágrimas já despontavam na audiência.

E para fechar com chave de ouro, depois de fazermos todo o esforço de tornar aquela madeira crua em uma aquarela de brinquedos à altura de crianças tão especiais, eis que surgem por detrás da porta os próprios pequeninos que iriam receber de nossas mãos os presentes que fizemos com tanto amor! Nem preciso dizer o clima de comoção, né?!

Mas toda essa introdução foi para falar sobre propósito. Sabe por quê? É que quando sabemos porque estamos fazendo algo, a atividade ganha outra dimensão. Torna-se parte de uma transformação.

Além do “Por quê”

Não foi a primeira vez que vi uma palestra apresentando o “golden circle”, mas a abordagem que a Giovanna trouxe foi além do que já estava acostumado e preencheu o gap que sempre tive em minha mente, passando a fazer todo o sentido pra mim. Veja se faz pra você também: ela nos pediu para imaginar o mesmo círculo dourado sobre uma bandeja que o sustenta, apoiada sobre os seguintes preceitos: Com quem? Pra quem? …e Por quem você faz?

Uma reprodução da figura apresentada durante a palestra corporativa, da tríade que dá o real propósito ao Círculo de Ouro ali inserido

Isso é o que de fato nos motiva e nos dá um senso de propósito. Eu me lembro da época que assumi a gerência de uma unidade da Prefeitura no programa federal Farmácia Popular, e as funcionárias eram enfermeiras de postos de saúde e hospitais que tinham sido deslocadas de função com perdas de benefícios significativas (F*da né?! Demorei cerca de 1 ano para conseguir ajudar todas a se realocarem). Prometi que iria ajudá-las dentro das minhas possibilidades, mas depois de quase uma “greve” delas (estamos falando aqui de MUITA burocracia!), tive que aprofundar meu discurso para convencê-las. Elas estavam incomodadas com “o que” elas estavam fazendo e o “como”, “– Estamos numa farmácia entregando remédios, mas somos enfermeiras”. E eu trouxe a elas a visão contrária: “– Como eu, quando se formaram, não fizeram um juramento de que iriam cuidar da saúde das pessoas? [por que] Nós estamos aqui pra isso! Vocês não tinham que administrar medicamentos na veia dos pacientes? Aqui estamos entregando os medicamentos que eles mesmo vão administrar via oral. [como] Estamos aqui fazendo pelos mesmos motivos, apenas de forma diferente. Entregando saúde na mão dos pacientes [o que]. E por isso que vamos levantar todo dia de manhã, tomar café com nossa família e vir aqui trabalhar de forma mais leve pra nossa mente também [por quem]… pois lá o paciente estava muitas vezes acamado, sofrendo e até morrendo na nossa frente… Aqui, eles entram e saem andando. E estamos fazendo isso como uma equipe capacitada e que se importa [com quem], para uma população que precisa da gente, para minimizar a chance de irem ao hospital [pra quem]”. A questão é que mesmo com tudo sendo desmotivador para elas estarem ali trabalhando, consegui dar a elas um senso de propósito que foi o que nos manteve atendendo muito bem ao público durante aquele período. 

E em casa, sempre tento usar a mesma lógica quando vou chamar atenção dos meus filhos por algo errado ou perigoso que estão fazendo. Eu tento mostrar para eles “o porquê” devem parar, para depois dizer “como” podem fazer de forma mais segura ou correta, e então eles entendem “o que” fazer… Ou não… Rsrs… Crianças, né?!.

Um grande abraço,

Pai Alfa.

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Pai Alfa
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