Um líder deve intervir de forma enérgica?
Liderar é servir, influenciar, dar autonomia, delegar. Mas quando o líder deve intervir e tomar a rédea da situação?
Quem já acompanha o blog Pai Alfa sabe que eu prego e tento usar em casa e no trabalho, os mesmos conceitos e práticas. Mas quem tem um bebê em casa sabe que nem sempre pode dar tanta autonomia e liberdade quanto gostaria, pois eles ainda não têm noção do perigo.
E, falando em perigo, todo mundo deve conhecer o Tom Cruise e sua fama de não usar dublês na gravação dos filmes para levar ao cinema cenas de ação bem perigosas e reais. Vi uma foto dele esses dias e fiquei besta! Ele não envelheceu quase nada desde Top Gun. Eu ainda estava no jardim de infância e já pareço mais velho do que ele!
Ele é um cara controverso também por suas excentricidades. Deve ser coisa de rico americano… Mas neste final de 2020 ele virou notícia novamente nos sites de entretenimento por uma bronca que deu na equipe do set do filme “Missão Impossível 7”. As gravações estão acontecendo em meio à pandemia e com protocolos de segurança bem rígidos.
Acredito na filosofia “elogie em público e critique em particular”. E isso vale também para a educação de crianças. Mas como eu sei que é quase uma missão impossível para os pais querer proteger as crias dos perigos da vida sem se deixar levar pelo controle e autoritarismo! A parentalidade consciente passa por noções assertivas de liderança, com os preceitos da disciplina positiva, criação com apego, entendimento da neurolinguística e do desenvolvimento psicossocial e motor das crianças, e tudo isso sem cair na falha da permissividade. Nesse caso, o ideal é “o caminho do meio”: nem autoritário e nem permissivo. E ser pai (ou mãe) é ter os mesmos microinfartos que deve ter o diretor do filme do Tom Cruise quando vê ele gravando uma cena em cima de um telhado e pulando de um prédio pro outro (em casa é só mais baixo, é da poltrona pro sofá), sabendo que uma queda pode acabar com tudo, afinal ali está o protagonista da história (no nosso caso, o filho).
Por isso que eu acredito que por mais amor, autonomia e liberdade criativa que devemos dar a uma criança, para que ela se torne um adulto íntegro e autossuficiente, existe um limite que deve ser bem claro para uma interferência imediata e, se necessária, mais enérgica: a integridade. Seja seu filho, seu pet, sua família, um funcionário ou a equipe, se há risco à integridade de algo e principalmente à saúde e segurança de qualquer um, é nosso dever como líder interromper aquilo na hora e corrigir o comportamento ou situação imediatamente. Imagina seu filho aprendendo a andar de bicicleta e de repente virando o guidão em direção a uma rua movimentada. Nessa hora não tem disciplina positiva! Não dá tempo de se abaixar na altura dele e explicar o risco. Vai fazer isso deitado no asfalto esperando o SAMU chegar? Nessa hora, meu amigo, tem que dar um berro mesmo, do tipo congelante como se fosse um feitiço da Elsa de Frozen, ou se jogar feito um super-herói da Marvel (ou DC, se preferir). Você faz do jeito que puder. O importante é que a criança esteja sã e salva.
E se depois de ver que está tudo bem você der um esporro do tipo “não faça mais isso!”, não se culpe, somos humanos! Mas daí continuar gritando ou, pior, começar a bater na criança na expectativa de que isso irá evitar novos episódios, estará completamente enganado! Imagina depois de tudo isso alguém chegar gritando e brigando com você por ter deixado a criança sozinha? Ia deixar tudo pior né? Então! Por que alguém acha que tem que fazer algo parecido com a criança? Nessa hora é que é fundamental aplicar o que disse a pouco: acolher, abraçar, orientar (se for uma criança bem pequena, contar uma história, cantar uma música, para ajudar a fixar a ideia de não fazer novamente). Afinal, o susto dele é igual ao nosso.
Resumindo: se é risco a integridade, à saúde, à segurança, à vida, PA-RA-TU-DO!! E se é algo que impacta ou interessa a todos da família ou da equipe, deve-se alinhar e corrigir coletivamente, para que todos estejam cientes e comprometidos. E foi exatamente essa a situação que fez o Tom Cruise parar a gravação do filme para dar um “paga geral”. Escuta aí!
É questionável o exagero nas palavras usadas, mas não o fato de ser necessário chamar a atenção, ainda mais por ser algo que impacta na vida de tanta gente, como ele mesmo destacou. E você, o que achou da reação do Tom Cruise? Tem alguma outra situação que julga necessária uma intervenção mais enérgica na liderança em casa ou no trabalho?
Comente aqui!
Um grande abraço,
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Transcrição traduzida do áudio extraída de: https://tvefamosos.uol.com.br/noticias/redacao/2020/12/15/audio-tom-cruise-grita-com-equipe-de-filme-por-causa-de-protocolo-da-covid.htm
“Nós somos um exemplo agora. Eles estão voltando a fazer filmes em Hollywood por conta da gente! Porque eles acreditam em nós e no que estamos fazendo! Todas as noites fico no telefone com os estúdios, companhias de seguro, produtores, e eles estão olhando para esse lugar e utilizando como exemplo para continuarem. Estamos criando centenas de trabalhos, seus filhos da p***. Nunca mais quero ver isso acontecendo. Se isso acontecer [o desrespeito aos protocolos de segurança], estão demitidos. Se eu vir acontecendo, estão acabados. Sem desculpas. O tanto de pessoas que estão perdendo seus empregos nessa indústria, que não estão colocando comida em suas mesas ou pagando por ensino super… Existem pessoas perdendo suas casas porque nossa indústria está fechada. Esse tipo de atitude não vai colocar comida na mesa dessas pessoas, e nem pagar a educação dos seus filhos. É isso que penso todas as noites antes de dormir. É o futuro dessa indústria. Então, sinto muito se já passei do ponto para aceitar suas desculpas. Nós não vamos derrubar esse filme de novo! Ficou bem claro? Entenderam o que precisa ser feito? Entenderam a responsabilidade que cada um carrega? Confiei em todos vocês, por isso estão aqui. Então, se acontecer de novo, acabou”
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